As promessas feitas a nós próprios, quer se trate da adoção de um estilo de vida mais saudável, da prossecução de objetivos pessoais ou do desenvolvimento de novos hábitos, são feitas com a melhor das intenções. No entanto, muitos de nós acabam por quebrar constantemente essas promessas, o que nos deixa frustrados e derrotados. Compreender porque é que muitas vezes não cumprimos os nossos compromissos connosco próprios é essencial para o crescimento pessoal e para ultrapassar este ciclo de promessas não cumpridas.
Expectativas irrealistas
Uma das principais razões pelas quais quebramos promessas a nós próprios é a definição de expectativas irrealistas. Muitas vezes, esforçamo-nos por atingir a perfeição ou tentamos realizar excessivas coisas muito cedo. Por exemplo, decidir mudar completamente a nossa vida de um dia para o outro ou esperar resultados imediatos pode levar à desilusão e à desmotivação. É importante definir objetivos alcançáveis e realistas, dividindo-os em etapas mais pequenas e geríveis, o que permite um progresso constante e maiores hipóteses de sucesso.
Falta de responsabilidade
Quando fazemos promessas a nós próprios, é frequente não haver uma responsabilização externa. Ao contrário das promessas feitas a outros, em que a nossa reputação e relações podem estar em causa, as promessas feitas a nós próprios não têm essa consequência imediata. Esta ausência de responsabilidade pode facilitar a quebra de compromissos, uma vez que não existem pressões externas que nos obriguem a cumpri-los. Para contrariar esta situação, considere encontrar um parceiro de responsabilização, juntar-se a um grupo de apoio ou utilizar tecnologia como aplicações de controlo de hábitos para se responsabilizar.
Falta de autocompaixão
Outro fator que contribui para as promessas não cumpridas é a falta de autocompaixão. Muitas vezes, somos os nossos críticos mais severos, batendo-nos a nós próprios por cada contratempo. Esta conversa interna negativa pode levar a sentimentos de inadequação e à crença de que não merecemos cumprir as nossas promessas. Para quebrar este ciclo, é essencial cultivar a auto-compaixão, compreendendo que os contratempos são uma parte natural do processo. Trate-se com bondade, paciência e compreensão, e use os contratempos como oportunidades para aprender e crescer.
Falta de um porquê claro
As promessas feitas a nós próprios carecem muitas vezes de um sentido claro de objetivo ou de um "porquê" forte. Sem uma razão profundamente enraizada por detrás dos nossos compromissos, torna-se mais fácil quebrá-los quando confrontados com obstáculos ou distrações. Reserve algum tempo para refletir sobre as suas motivações e perceber porque é que estas promessas são importantes para si. Quando temos um motivo claro, é mais provável que nos mantenhamos empenhados e ultrapassemos os desafios que se nos deparam.
Excesso de compromissos e definição de prioridades
No mundo acelerado de hoje, damos frequentemente por nós demasiado empenhados e sobrecarregados. Fazemos promessas a nós próprios sem considerar o tempo e a energia necessários e, como resultado, não conseguimos dar-lhes prioridade de forma eficaz. Para evitar esta situação, avalie os seus compromissos atuais e determine o que é verdadeiramente importante para si. Aprenda a dizer não às atividades ou tarefas que não estão de acordo com os seus objetivos e faça escolhas conscientes para dar prioridade às promessas que faz a si próprio.
Quebrar promessas a nós próprios pode ser desanimador, mas ao compreender as razões subjacentes a este comportamento, podemos tomar medidas para quebrar o ciclo. Ao definir expectativas realistas, cultivar a auto-compaixão, encontrar responsabilidade, clarificar as nossas motivações e estabelecer prioridades de forma eficaz, aumentamos as nossas hipóteses de honrar os compromissos que assumimos conosco próprios. Lembre-se, a mudança requer tempo, esforço e paciência. Ao desenvolver uma abordagem consciente e compassiva, podemos construir uma relação mais forte conosco próprios e atingir os nossos objetivos pessoais.
Por Karolina Melo
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